Jérôme Valcke e Ricardo Teixeira durante reunião na Câmara dos Deputados, em Brasília
No seu primeiro encontro com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, apresentou na noite de segunda-feira uma ideia para facilitar o acesso de vários setores da população à Copa do Mundo. No jantar em Brasília, o substituto de Orlando Silva sugeriu, por exemplo, a reserva de cota de entradas para os índios.
- Eu apresentei ao relator da Lei Geral da Copa (Vicente Cândido) e ao representante da Fifa questões como, por exemplo, a possibilidade do acesso à Copa do Mundo e aos ingressos pela parcela mais pobre da população, como aqueles que são beneficiários da Bolsa-Família. Nós queremos uma cota de ingressos para esta parcela da população. Há o caso das populações indígenas, que estão também em uma faixa de poder aquisitivo muito abaixo da média nacional, e eu também reivindiquei uma parcela dos ingressos para essa parte da população. Isso tudo está sob avaliação - disse Rebelo após o encontro com Valcke, Cândido e Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa (COL).
Nesta terça, Valcke esteve Câmara dos Deputados para debater e avançar na discussão sobre a Lei Geral da Copa e afirmou que será criada uma "categoria 4" nos ingressos para beneficiar grupos que teriam direito a meia-entrada, como idosos e estudantes. O desconto (que verá bilhetes a cerca de R$ 43) valeria para os jogos da primeira fase da competição, a partir da segunda partida.
Segundo uma fonte que esteve presente no jantar entre Rebelo, Valcke, Teixeira e Cândido, a Fifa estaria disposta a aceitar a espécie de cota social - ingressos a preços populares. De acordo com a mesma fonte, também já haveria acordo para a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos jogos do Mundial de 2014.
O subsídio para estes ingressos viriam dos patrocinadores do Mundial. Segundo Rebelo, a reação da Fifa à proposta foi de "simpatia e abertura", mas não há decisão sobre o tema.
Bebidas alcoólicas
O secretário-geral também defendeu a venda de bebidas alcoólicas durante os jogos - uma das polêmicas em discussão no projeto da Lei Geral da Copa. Hoje, é proibida por uma regra da CBF e por algumas leis estaduais e municipais. Valcke defendeu a comercialização, alegando que nos últimos mundiais foi controlada nos estádios e não causou nenhum episódio de violência. Ele lembrou também que a mesma discussão está sendo feita nas próximas sedes de Mundial - a Rússia possui uma legislação que combate bebidas alcoólicas e o Catar, país muçulmano, tem uma cultura religiosa contrária ao consumo de álcool.
"A FifA não está aqui para embebedar as pessoas, e vocês terão dificuldade de me provar que durante a Copa do Mundo o álcool causou algum tipo de detrimento ao país ou à Copa. É verdade que limitar o álcool reduz muito as violências, mas na África do Sul e na Alemanha a venda de cervejas não provocou nenhum tipo de problema ou guerra em nenhum estádio". As informações são do Globoesporte.com.