Quem pôde acompanhar toda a polêmica gerada no BIG BROTHER BRASIL 12, envolvendo os participantes DANIEL (NEGRO) e MONIQUE (BRANCA), mesmo aqueles que acham o programa fútil demais e que, portanto não merece atenção, viu o quanto a nossa sociedade ainda é racista. Na verdade, a exclusão racial começa quando num programa de 16 participantes, apenas 1 é negro. Agora o fato de esse negro ter conseguido se envolver com uma das garotas mais bonitas do programa (e branca) mostrou ser um fato que ainda revolta muita gente, que não está preparada para uma democracia racial como uma maioria prega apenas “da boca pra fora”, mas na prática, deseja realmente um apartheid. Daí basta analisar apenas superficialmente os fatos. A garota, que tem um corpo espetacular, passa o dia inteiro de fio dental, onde metade dos participantes é heterossexual, e a noite todos participam de uma festa, que promove a embriaguês de todos e homens e mulheres podem dormir juntos... o que se espera dessa receita: sexo! Que na verdade que é o que garante os mais altos picos de audiência do programa. Então logo a sociedade brasileira se sente afrontada com essa “mistura” como acontecia na época do Brasil colônia e Brasil Império... Principalmente a nossa elite branca, que nessa oportunidade teve como uma de suas representantes a atriz (branca) Débora Secco que se mostrou indignada e tachou como tantas outras pessoas, o que houve, de abuso, e alguns ainda absurdamente chamaram de estupro. Mas se fosse ao contrário: se por acaso um homem branco, tivesse a mesma aproximação íntima com uma mulher negra, ai estaria tudo em casa, porque somos um país racista e machista. E, se ainda fosse qualquer outro participante dessa edição do BBB (todos são brancos) a fazer a mesma coisa, passaria também despercebido e estaria tudo certo. Mas, depois de anos de luta por cotas raciais, por aprovação de Estatuto da Igualdade Racial, pela criminalização do racismo, ainda assistimos perplexos a casos explícitos de prática racista como esse. Claro que a Globo tinha que expulsar o negro do reality show, afinal, ainda é a elite branca que sustenta a emissora, pois são os presidentes das grandes empresas que investem pesado em propaganda na emissora, e essa é uma guerra que a Globo nunca quis e nunca vai querer comprar. Mas infelizmente, dói bem mais o fato da sociedade brasileira ainda julgar o negro de forma tão desigual. Mostra que não são à toa as estatísticas bizarras como a que mostra que a cada 3 jovens que são assassinados num Brasil que segue perdendo a guerra contra a violência e crime organizado, 2 são negros. É fruto de um processo diário de exclusão social, que por ser velado demais, muitas vezes não oferece ferramentas para que possamos nos defender e temos que concordar que, ainda nos dias atuais, o que se promove ao negro brasileiro em termos de saúde, justiça/cidadania, segurança e educação pelas autoridades competentes...pode-se chamar de genocídio institucionalizado, é como uma tentativa de reverter os números do censo e tentar criar um BRASIL BRANCO, como sempre foi o desejo de nossa elite desde os primórdios de nossa história.