A
inflação percebida por famílias de baixa renda dobrou entre novembro
e dezembro do ano passado, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É o
que mostrou o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 - (IPC-C1), apurado
entre famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, e que subiu 1% em
dezembro, contra 0,50% em novembro.
A taxa do
IPC-C1 em dezembro de 2011 também ficou acima da variação média de preços entre
famílias com renda mais elevada, de até 33 salários mínimos mensais, medida
pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil(IPC-BR), e que subiu 0,79% no
mesmo mês.
Mesmo com
a aceleração na margem, o desempenho anual foi favorável para os mais
pobres. Com resultado de dezembro, o índice fechou com alta de 5,98% em 2011,
abaixo da inflação apurada em 2010 (7,33%), no mesmo indicador. O IPC-C1 de
2011 também foi menor do que o IPC-BR para o mesmo ano (6,36%).
Mas no
mês passado, o cenário foi de aceleração. Quatro das sete classes de despesa
componentes do IPC-C1 apresentaram acréscimos em suas taxas de variação de
preços de novembro para dezembro do ano passado. É o caso de Alimentação (de
0,63% para 1,74%), Vestuário (de 1,27% para 1,51%), Saúde e Cuidados Pessoais
(de 0,49% para 0,79%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,28% para 0,77%).
Em
contrapartida, houve desaceleração de preços entre os
grupos Habitação (de 0,43% para 0,42%) e Despesas Diversas (de 0,37%
para 0,21%). Já a taxa do grupo Transportes permaneceu sem variação no período
(0,0%).
Entre os produtos pesquisados, as mais expressivas elevações de preços
em dezembro de 2011 foram detectadas em mamão da Amazônia - papaya (25,22%);
pão francês (1,61%); e banana prata (10,09%). Já as mais expressivas quedas
foram registradas em limão (-13,47%); batata-inglesa (-3,20%); e leite tipo
longa vida (-0,89%).
A Tarde