“Quem ama cuida!” A frase estava impressa no folheto distribuído pela
Limpurb, durante campanha realizada na manhã de ontem nas praias do Porto e do
Farol da Barra. A ação aconteceu um dia depois de a própria prefeitura dizer
que não tem como cuidar melhor da praia da Barra, que na segunda-feira
amanheceu imunda, inundada por uma imensa poça de água suja.
Funcionários
da Limpurb distribuíram panfletos entre frequentadores
A Limpurb
informa que a mobilização, parte da Operação Verão, foi feita devido ao aumento
no fluxo de pessoas no Porto e no Farol. “A estratégia é conscientizar as
pessoas para guardar o lixo em um saquinho e depois descartar em uma das
lixeiras distribuídas na praia. O balanço foi positivo: os 23 contenedores
estavam cheios”, avalia Roberto Carlos Boaventura, gerente de operações da
Limpurb. Uma equipe de 20 pessoas trabalhou na campanha. “Pra mim deveria ter
uma multa para pessoas que deixam lixo na praia, porque só doendo no bolso...”,
sugere Vera Lúcia Moura, 56. Para o pescador Luiz Fernando da Silva, 39,
que trabalha há 5 anos na área, o perigo maior está oculto no mar. “O que mais
me assusta é o lixo dentro da água. Sempre que estou no mar fico impressionado
com a quantidade”, diz. Outra testemunha de que o mar da Barra não está para
peixe é o mergulhador Mário Bruno Souza, 34, dono da escola de mergulho Projeto
Galeão. Segundo ele, os objetos mais encontrados na água são palitos de
espetinho e latas.
Enquanto
a Limpurb amava e cuidava na praia, a prefeitura enviou nota oficial sobre o
cano de deságue da chuva que jorrou água escura na praia da Barra na
segunda-feira. A natureza dos resíduos sólidos diluídos no local, diz a nota, “
indica a existência de forte material orgânico oriundo possivelmente de alguma
rede de esgotamento sanitário a qual em colapso total ou parcial, decorrente de
danos ou ligações clandestinas, deposita tais resíduos para a rede de captação
pluvial contaminando-a”. A Embasa responde que “a rede coletora de
esgotamento encontra-se em condições de funcionamento na região da Barra”, mas
que vai investigar o problema junto com a Sucop.
Correio