De janeiro a abril deste ano, foram notificados 1.923 casos de dengue em Itabuna (a 426 km de Salvador), embora não haja registro de mortes. Mas em comparação com os 615 registrados durante todo o ano passado, os números indicam que o município passa por um estado epidêmico, segundo o diretor da Vigilância à Saúde, Florentino Souza.
O município de pouco mais de 200 mil habitantes só perde para Salvador, que já passou dos três mil casos registrados. Há três anos, Itabuna figurou nas manchetes nacionais devido à epidemia que atingiu mais de 15 mil pessoas e matou nove delas.
O índice médio de infestação predial no município é de 13,7%, segundo o Levantamento de Índice Rápido (Liraa). Há bairros na periferia com 35,40% de infestação do mosquito Aedes aegypti, como o Sarinha Alcântara, e 33,33%, o novo Horizonte. Mas 34 dos 57 bairros da cidade apresentam índice acima de 10%, longe do 1% aceito pelo Ministério da Saúde. A novidade é que a maioria dos casos não está nos bairros periféricos, deficientes em abastecimento de água, coleta de lixo e infraestrutura, mas nos mais próximos do centro, com melhores condições.
Fátima, com 14% de infestação, Santo Antônio (12,50%), São Caetano (11,84%) e Califórnia (19,63%) apresentam situação mais grave, apontada nos dados da Vigilância Epidemiológica. Juntos, eles teriam mais da metade dos casos notificados. Um fator agravante é que grande parte dos moradores desses bairros continua mantendo reservatórios de água abertos, nos quais os agentes da dengue têm encontrado a maioria dos focos.
“Não é só isso, o pratinho com água durante vários dias, o vaso de planta, a garrafa, pneus velhos ou outros recipientes jogados no quintal contribuem para o agravamento do quadro”, destaca Florentino Souza. Para ele, não falta informação sobre a gravidade da dengue. “Falta o compromisso de cada um em fazer a sua parte, independentemente do trabalho do poder público. Sem isso, é impossível deter a dengue”, diz Florentino Souza.
Outro dado significativo, em relação aos quatro bairros citados, é a existência de córregos transformados em esgotos abertos que atravessam várias ruas. Um deles próximo à Rua do Ribeirão, no bairro de Fátima, onde a dona de casa Lidiane Gomes Souza, 29, está cuidando do filho de 9 anos e do marido com dengue. “Só na minha rua conheço mais quatro pessoas que tiveram a doença”, assinalou.
Vera Lúcia Pinheiro Santos moradora da Rua Londrina, no Califórnia, já teve dengue cinco vezes. Mesmo assim, mantém aberto o reservatório de água, onde os agentes municipais encontraram larvas do mosquito mais de uma vez. Além disso, ao lado da casa dela passa um dos córregos que infestam as casas de mosquitos.
“O carro fumacê passa por aqui pelo menos uma vez por mês, e os agentes fazem o trabalho de combate domiciliar dos focos do mosquito, mas tem o lixo e o esgoto que passam ao lado de minha casa”, diz a dona de casa Sandra Barbosa, moradora do Santo Antônio.
Fonte: A Tarde
O município de pouco mais de 200 mil habitantes só perde para Salvador, que já passou dos três mil casos registrados. Há três anos, Itabuna figurou nas manchetes nacionais devido à epidemia que atingiu mais de 15 mil pessoas e matou nove delas.
O índice médio de infestação predial no município é de 13,7%, segundo o Levantamento de Índice Rápido (Liraa). Há bairros na periferia com 35,40% de infestação do mosquito Aedes aegypti, como o Sarinha Alcântara, e 33,33%, o novo Horizonte. Mas 34 dos 57 bairros da cidade apresentam índice acima de 10%, longe do 1% aceito pelo Ministério da Saúde. A novidade é que a maioria dos casos não está nos bairros periféricos, deficientes em abastecimento de água, coleta de lixo e infraestrutura, mas nos mais próximos do centro, com melhores condições.
Fátima, com 14% de infestação, Santo Antônio (12,50%), São Caetano (11,84%) e Califórnia (19,63%) apresentam situação mais grave, apontada nos dados da Vigilância Epidemiológica. Juntos, eles teriam mais da metade dos casos notificados. Um fator agravante é que grande parte dos moradores desses bairros continua mantendo reservatórios de água abertos, nos quais os agentes da dengue têm encontrado a maioria dos focos.
“Não é só isso, o pratinho com água durante vários dias, o vaso de planta, a garrafa, pneus velhos ou outros recipientes jogados no quintal contribuem para o agravamento do quadro”, destaca Florentino Souza. Para ele, não falta informação sobre a gravidade da dengue. “Falta o compromisso de cada um em fazer a sua parte, independentemente do trabalho do poder público. Sem isso, é impossível deter a dengue”, diz Florentino Souza.
Outro dado significativo, em relação aos quatro bairros citados, é a existência de córregos transformados em esgotos abertos que atravessam várias ruas. Um deles próximo à Rua do Ribeirão, no bairro de Fátima, onde a dona de casa Lidiane Gomes Souza, 29, está cuidando do filho de 9 anos e do marido com dengue. “Só na minha rua conheço mais quatro pessoas que tiveram a doença”, assinalou.
Vera Lúcia Pinheiro Santos moradora da Rua Londrina, no Califórnia, já teve dengue cinco vezes. Mesmo assim, mantém aberto o reservatório de água, onde os agentes municipais encontraram larvas do mosquito mais de uma vez. Além disso, ao lado da casa dela passa um dos córregos que infestam as casas de mosquitos.
“O carro fumacê passa por aqui pelo menos uma vez por mês, e os agentes fazem o trabalho de combate domiciliar dos focos do mosquito, mas tem o lixo e o esgoto que passam ao lado de minha casa”, diz a dona de casa Sandra Barbosa, moradora do Santo Antônio.
Fonte: A Tarde