
Antes do jogo, o atacante tinha muito a provar sobre sua capacidade de decisão. No ano passado, carregou o time nas costas na conquista do tri da Libertadores. Esperava-se o mesmo ontem. E Neymar tinha um problema a mais. Há três jogos, não conseguia fugir da marcação implacável, irritava-se com zagueiros e volantes. Neymar resolveu o problema de um jeito simples: mexendo-se. Acostumado a jogar pela esquerda, atuou ontem por todo os lados. O gol santista nasceu assim. Começou com o camisa 11 na direita. E terminou quando ele caía pela esquerda, esperando para apenas empurrar a bola para o gol. Prêmio de consolação, seu oitavo gol no torneio o transforma no artilheiro isolado desta edição da Libertadores. Porém estar em todos os cantos também trazia perigos: quando foi buscar a bola na defesa, saiu errado, perdeu a disputa, ofereceu contra-ataque e quase transformou uma jogada simples em gol para os corintianos.
A movimentação que o atacante apresentou contraria os diagnósticos de que ele estaria desgastado. Neymar não deu os sinais de exaustão que demonstrara na ida, na Vila. O problema era que o Santos estava completamente desarticulado. Não foi um time. E teve vários e velhos problemas: falta de criatividade, nervosismo, poucas alternativas ofensivas e erros de passe. Neymar era a solução parcial para alguns deles. Não todos. Com o jogo se encaminhando para o fim e a eliminação mais clara, o Santos se apagou. E Neymar, junto. Fiel companheiro em outras jornadas, Paulo Henrique Ganso fez uma de suas piores partidas no ano. Não houve tabelas entre os dois. A aproximação com Alan Kardec ou Borges foi ineficaz. Ao final da partida, abatido pelo grito dos 36 mil corintianos, Neymar ainda teve fôlego para separar o início de uma briga entre seus companheiros e o trio de arbitragem.(Tribunadabahia)