22 agosto 2012

Menopausa evoluiu para impedir disputa entre sogra e nora, diz estudo

 
A menopausa pode ter uma função evolutiva, para evitar a competição entre mulheres, aponta um estudo feito em conjunto pelas universidades Stanford (EUA), de Exeter, Sheffield (ambas no Reino Unido) e Turku (Finlândia). Os resultados serão publicados na edição desta quinta-feira (23) da revista científica "Ecology Letters". Os pesquisadores avaliaram dados finlandeses ao longo de 200 anos – entre 1700 e 1900 – e chegaram à conclusão de que a interrupção na ovulação e na menstruação feminina serve para impedir a concorrência entre uma mulher e sua nora, por exemplo. Assim, ao parar de se reproduzir por volta dos 50 anos, uma pessoa poderia ter mais netos. Essa análise ajuda a explicar por que as fêmeas humanas, ao contrário dos homens e da maioria dos animais, param de procriar tão cedo. A menopausa também serviria para adicionar alguns quilinhos às mulheres, para que elas esquecessem a vida sexual e se concentrassem nos netos, prevenindo que eles adoecessem ou se acidentassem. Além disso, os registros mostram que, se mãe e filha tivesse um bebê ao mesmo tempo, as chances de eles sobreviverem seriam as mesmas. Já se uma sogra e sua nora dessem à luz juntas, os recém-nascidos teriam 50% menos chances de sobreviver até os 15 anos de idade. Isso porque mulheres da mesma família tendem a agir de forma cooperativa, o que não ocorre entre fêmeas sem parentesco.
Segundo os autores, há uma clara vantagem biológica para uma mãe cooperar com a filha: as duas compartilham 50% dos genes, de modo que competir por alimentos e outros recursos não faz muito sentido. Mas esse não é o caso de uma sogra e sua nora, que acabariam disputando para ampliar as chances de espalhar o material genético de cada uma. Outras teorias acreditam que as mulheres param de menstruar ainda cedo – cerca de duas décadas antes de morrerem, de acordo com a expectativa de vida no Brasil – para evitar complicações e mortes durante a gravidez e o parto. Só que, no estudo, menos de 2% das mulheres analisadas morreram ao dar à luz por volta dos 40 anos. (BemEstar)