E enfermeira indiana Jacintha Saldanha, que se suicidou após ser vítima de um trote para o hospital em que estava internada a duquesa britânica Kate Middleton, deixou três cartas para a família explicando a angústia que a levou a tirar a própria vida após a brincadeira realizada por dois radialistas australianos, informa o site do jornal britânico Daily Mirror nesta sexta-feira.
Em um dos bilhetes, Jacintha, que deixou marido e dois filhos, descreve como teve dificuldades para lidar com o trote. Em outro, no entanto, ela critica colegas de trabalho do hospital King Edwards VII pelo tratamento que recebeu nos dias que sucederam a ligação feita pelos australianos. Segundo o Daily Mirror, este segundo bilhete deixou a família da indiana furiosa. Acredita-se que o viúvo, Ben Barboza, queira uma investigação independente sobre os fatos que antecederam o suicídio da mulher.
"Uma das cartas, a mais longa, trata do hospital em um tom crítico. É desnecessário dizer que Ben quer uma investigação completa sobre o que aconteceu e quer ter certeza de que a verdade virá à tona. Dentro da carta, Jacintha questiona o tratamento que recebeu no hospital", disse uma pessoa ligada à família ao Daily Mirror.
A polícia está em posse dos bilhetes originais, mas concedeu cópias dos três para a família. A terceira carta seria mais prática e versaria sobre os arranjos que Jacintha queria para o seu funeral.
A enfermeira de 46 anos foi encontrada morta na última sexta-feira, dia 7 de dezembro, três dias após a dupla de radialistas australiano ligar para o hospital King Edwards VII se passando pela rainha Elizabeth II e pelo príncipe Charles. Jacintha foi a primeira pessoa a atender a ligação e passou para uma colega, também enfermeira, que deu informações confidenciais sobre a saúde de Kate, então internada para tratar de uma complicação na gravidez, para os radialistas.