Amenizar o tempo de espera em procedimentos de média e alta complexidade realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) não apenas na capital baiana, mas em todo estado foi a tônica da audiência pública idealizada pelo deputado estadual Alan Sanches (PSD), no plenário da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (14). Durante o debate, representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde admitiram as dificuldades, porém se comprometeram a buscar soluções. O Ministério Público e a Defensoria Pública também marcaram presença. Médico por formação e integrante da comissão de Saúde e Saneamento básico no parlamento, o deputado foi incisivo ao questionar, dentre outros assuntos, o tempo de espera de procedimentos, como uma eletroneuromiografia (exame diagnóstico realizado por médicos neurologistas e utilizado por neurologistas, neurofisiologistas, ortopedistas e fisiatras na avaliação dos nervos e músculos), cuja reivindicação tem sido grande. Alan Sanches não escondeu a surpresa com o anúncio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de que o procedimento não está sendo realizado e já existem cerca de 4 mil pacientes na fila de espera. O motivo seria a tabela do SUS, cujos profissionais se recusam a atender. "Situações como esta não podem acontecer. Sabemos que o setor de saúde em Salvador é sobrecarregado por ser o pai maior do estado, porém o fluxo da regulação precisa ser resolvido entre prefeitura e governo. Se um paciente, por exemplo, vai a um posto de saúde e é diagnosticada a necessidade de cirurgia ele precisa procurar um hospital, ser internado para ser operado", destacou o deputado, complementando que a saúde é um direito de todos constituído por lei.
O superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde (Suregs), Andrés Alonso, que representou o secretário estadual de Saúde Washington Luís Silva Couto, enfatizou que não estava lá para mascarar dados e que em Salvador todo o atendimento de urgência e emergência é realizado em unidades estaduais, porém apesar do entrave financeiro, a meta é maior articulação entre as duas centrais de regulação (municipal e estadual). A prefeitura, por sua vez, através da coordenadora de Regulação e Avaliação, Ana Dortas, afirmou que a SMS já trabalha com o projeto de centrais de regulação com formatos diferenciados, como forma melhorar as filas de esperas, bem como buscar soluções para a tabela do SUS.