A primeira pergunta para Jorge Sampaoli teve logo uma resposta dura: "Claro que não". O jornalista perguntou se o treinador do Chile, que perdeu nos pênaltis (3 a 2) para o Brasil, após empate por 1 a 1 no tempo normal, sentia-se satisfeito com a participação na Copa do Mundo depois de impor muitas dificuldades aos donos da casa. O treinador lembrou a bola de Pinilla no travessão no fim do jogo e se disse muito orgulhoso da partida que sua equipe fez contra o Brasil. "Estamos tristes. Jogar contra o Brasil em casa, com esse esforço e perder da forma que perdemos é muito difícil, porque estávamos convencidos de que poderíamos avançar. Eu não me conformo em sair da Copa dessa forma", disse o treinador do Chile. Na hora dos pênaltis, Sampaoli era o único dos integrantes da seleção chilena em campo que não estava abraçado aos jogadores e comissão técnica. Ele continuava inquieto, quase que como um bandeirinha na altura da linha da área. O treinador disse que sentiu o Chile muito próximo de vencer a partida e de desbancar os donos da casa. "Achamos que era o momento certo, que haveria um "Mineirazo"", lembrou Sampaoli.
Confira abaixo a entrevista coletiva do treinador do Chile:
Satisfeito com luta do Chile? Claro que não. Estamos tristes. Jogar contra o Brasil em casa, com esse esforço e perder da forma que perdemos é muito difícil, porque estávamos convencidos de que poderíamos avançar. Eu não me conformo em sair da Copa dessa forma.
Orgulho: A sensação é de orgulho, pelos jogadores que estou dirigindo, orgulho do povo chileno. Em um cenário adverso, eles foram bem. Uma análise que certamente será feita. O que vai ser valorizado foi o esforço para jogar de igual contra os favoritos.
Penalidades: Os pênaltis você pode trabalhar ou não. São situações do campo de jogo. Nós pensamos que o jogo se resolveria de outra forma. Tínhamos a esperança de ganhar o jogo. A eliminação vai gerar avaliações de todos os tipos.
História: Os jogadores que entram para a história do futebol chileno são os que representaram o país. Eles fizeram um esforço muito grande. Se não fosse o último chute, seria uma tarde em que merecíamos. Amanhã vai ganhar valor.
Brasil favorito? Se o Brasil é candidato ao título ou não, o tempo dirá. E quem tem que dizer é o técnico da Seleção Brasileira. É um time compacto, perigoso. Com o andamento do Mundial, vamos ver se ele vai se fortalecer para os próximos jogos.
Mineirazo: Achamos que era o momento certo para nós fazermos história, um Mineirazo. Teria marcado a história do povo chileno. O Brasil não desistiu, mas também não gerou situações de gol. No final quase terminamos ganhando esse jogo. Isso teria nos dado uma alegria muito grande. Nós sabemos o que nós jogamos contra um candidato ao título e que seria difícil. Foi jogado de igual para igual. Nós anulamos um jogador importante como Neymar. Prejudicamos o jogo dele.
Triunfo moral? Não existe triunfo moral. O Brasil está na Copa e nós voltamos para casa. Nós nos equiparamos de igual para igual. Jogamos contra potências. Fizemos jogos eletrizantes. Infelizmente não coroamos com uma vitória.
Igual para igual: Eu tentei passar isso para os jogadores, que além das diferenças dos nomes, através do funcionamento podemos equiparar as potências. Viemos aqui para atacar, não para defender. Isso nos propôs a fazer jogos muito intensos. Para o futuro temos de potencializar essa ideia.
Mensagem aos chilenos: O povo chileno tem que estar muito agradecido ao esforço de todos esses jogadores. Eles seguraram com muita honra essa bandeira.