01 abril 2015

Cardiologista Dr. Euvaldo Rosa fala sobre os primeiros sinais da demência


Gostaríamos de que nossos pais vivessem para sempre.
Só nos conformamos com a morte deles quando precedida de doença incurável que provoque extremo sofrimento físico ou espiritual. Entre essas enfermidades, certamente estão as que comprometem as funções intelectuais. Numa família, nada é mais triste do que ver uma pessoa de idade acabar a vida num canto, dependente dos outros, com o olhar perdido, incapaz de reconhecer as fisionomias mais queridas. Esse estado de alienação, característico das idades mais avançadas, no entanto, costuma levar anos para se instalar. Os primeiros sinais vêm sob a forma de episódios aparentemente inocentes de falha de memória: o número do telefone da filha, a repetição da mesma pergunta, esquecimento de compromissos marcados, de conversas recentes e do lugar em que os objetos estão guardados. A família interpreta essas manifestações iniciais como sinal de cansaço ou distração inconsequente, próprios da idade.
Evolução da doença
Com o tempo, porém, aumenta a dificuldade para executar tarefas como dirigir automóvel ou encontrar o caminho de casa. A incapacidade de expressar ideias ou sentimentos pessoais e a inabilidade para acompanhar conversações complexas interferem na comunicação e conduzem ao isolamento. Nos anos que se seguem, o idoso torna-se progressivamente passivo, desconfiado, irritável, insone, muitas vezes agressivo e passa a interpretar mal os estímulos do mundo que o cerca: vê uma cadeira e pensa que é uma mesa, escuta um latido e jura que foi brecada de automóvel. A doença chega à fase terminal depois de um período de dois a dez anos de evolução. Os últimos estágios são caracterizados pela dificuldade motora, incontinência urinária e fecal, pela perda de apetite, pelo mutismo, por infecções múltiplas e pela morte. Leia mais em www.euvaldorosa.com.br