Um médico e um estudante de Medicina acusados de dopar e estuprar uma jovem em Petrópolis, no Rio de Janeiro, foram indiciados pelo crime nesta quarta-feira (24). Lucas Pena de Oliveira e Guilherme Amorim Tobias estão presos desde o dia 1º. Em mensagens pelo celular, os dois falavam em "deixar essa mulherada louca". O médico vai responder por estupro de vulnerável, já que a vítima estaria inconsciente, e o estudante por participação no crime. Segundo as investigações, o estudante Guilherme forneceu a droga para dopar a vítima, que foi então estuprada pelo médico Lucas. Ela denunciou o crime quinze dias depois da violência. Mesmo feito duas semanas depois, o exame de corpo de delito comprovou o ato sexual violento. O inquérito do caso foi encaminhado ao Ministério Público. Os advogados dos dois afirmam que eles foram vítimas de uma "armadilha" e que confiam em provar a inocência diante da Justiça. De acordo com a delegada Juliana Ziehe, o crime aconteceu depois de uma festa no dia 31 de agosto. O estudante de medicina apresentou a vítima ao médico residente e forneceu ecstasy, droga usada para dopar a mulher. A garota também seria estudante, colega de Guilherme. Ela ficou com Lucas ainda na festa. "Os autores trocaram mensagens de WhatsApp onde narram que já levariam para a festa 'MD para dar para mulherada', o que deixa evidente a intenção de drogar vítimas na festa", explicou ao G1 a delegada. Depois da festa, os três saíram para a casa do médico. Antes, passaram em um posto de gasolina e compraram mais bebida na loja de conveniência. Lá na casa de Lucas aconteceu o estupro. Na casa do médico, depois do crime, a polícia achou maconha, remédio de uso controlado sem receita e o celular com as mensagens trocadas com o universitário. "O estudante foi quem apresentou a jovem para o médico. A menina foi levada para a casa do médico, onde tudo aconteceu. No dia seguinte, quando ela acordou, os dois estavam dentro do quarto", acrescenta a delegada. Em depoimento, o médico não conseguiu explicar direito como conseguiu o medicamento tarja preta. "Ele prestou um termo um pouco contraditório com relação aos remédios tarja preta. Ele diz que as anfetaminas que ele possuía foram prescritas pelo neurologista dele, que cuida dele desde a infância. Mas não sabe dizer quem é esse médico, não informa o nome. Depois diz que quem prescreve são amigos de residência", diz a delegada. O dois negaram em depoimento o crime e afirmam que tudo aconteceu com a concordância da mulher. "O médico diz que a vítima tomou a droga de forma consciente, que sabia o que estava ingerindo e que teve relação sexual com ele de forma consciente e voluntária", explicou a delegada. No entanto, ele confessa que em determinado momento ela teria sentido dor e "pediu para ele esperar', acrescenta Juliana. O estudante de medicina negou qualquer participação no fato e preferiu não falar sobre as drogas, afirmando se tratar de "uma questão particular". (Correio)