O coordenador-geral da OBMEP e diretor adjunto do IMPA, Claudio Landim, lembrou hoje (29), em entrevista à Agência Brasil, que uma das mudanças introduzidas na olimpíada, em razão da pandemia do novo coronavírus, foi dar às escolas mais tempo para aplicarem os exames.
“A ideia é garantir a presença de um maior número de alunos na segunda fase. Como muitas escolas estavam fechadas e, de fato, algumas ainda não voltaram às aulas presenciais, nós permitimos que as escolas aplicassem as provas no período de um pouco mais de um mês, com a única ideia de a escola poder escolher o dia mais conveniente para aplicar a prova. E dando liberdade às escolas que ainda estão em modo virtual de aplicar o exame nesse formato”, explicou Landim.
Seleção
O coordenador salientou, no entanto, que as provas da primeira fase servem exclusivamente para a escola selecionar, internamente, 5% dos alunos inscritos em cada nível que vão participar da segunda fase e concorrerão às medalhas e prêmios.
A OBMEP acontece em duas fases. A primeira é composta por uma prova de múltipla escolha com 20 questões, e a segunda por uma prova discursiva com seis questões. Os exames são divididos por grau de escolaridade: Nível 1 (6º e 7º anos do Ensino Fundamental), Nível 2 (8º e 9º anos) e Nível 3 (Ensino Médio).
No dia 9 de setembro, a organização divulgará os classificados para a segunda fase, prevista para acontecer de forma presencial, em 6 de novembro. “Nós vamos respeitar as medidas sanitárias, com distanciamento social, vamos entregar máscaras para os alunos que tiverem esquecido de levar, para aplicar (a prova) com toda a segurança possível, mas será uma prova presencial, como de hábito, tradicionalmente”, informou Claudio Landim. Nove mil centros escolares espalhados pelo Brasil serão locais de prova da segunda fase da OBMEP, além de institutos federais e universidades.
Universitários
Outra novidade importante causada pela pandemia é o atendimento a uma solicitação dos alunos que, no ano passado, estavam no terceiro ano do ensino médio, saíram da educação básica e não tiveram a chance de participar da olimpíada, cuja edição não ocorreu em 2020. “Muitos alunos que participavam tradicionalmente da olimpíada ficaram frustrados por não terem participado no ano passado. Este ano, nós estamos admitindo esses alunos, que já estão na universidade, e vão concorrer a medalhas, sem prejudicar os estudantes que estão no ensino médio. Vai ter uma premiação especial para esses alunos que já estão na universidade”.
Serão distribuídas aos alunos participantes dos três níveis de ensino 575 medalhas de ouro, 1.725 medalhas de prata e 5.175 medalhas de bronze, além de 51.900 menções honrosas. Todos os medalhistas serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), como incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico dos estudantes. Será distribuído um número extra de medalhas para contemplar os alunos universitários.
Os resultados da segunda fase da 16ª OBMEP serão divulgados em dezembro. A premiação será em 2022, porém, ainda não tem dada definida, disse Claudio Landim. O diretor adjunto do IMPA informou ainda que não há definição também quanto à premiação da OBMEP de 2019, que deveria ter acontecido em 2020. “Ela está prevista para acontecer em outubro deste ano, mas nós vamos aguardar mais um pouco para confirmar, porque não sabemos como estará a situação do país em outubro”, comentou.
Criada pelo IMPA em 2005, a OBMEP é realizada com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com recursos dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Educação. Além de estimular o estudo da matemática no país, a competição visa identificar jovens talentosos e promover inclusão social por meio da difusão do conhecimento.